A energia solar superou a marca de 20 GW em operação no Brasil na modalidade geração distribuída (GD), apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar. O número foi atingido cerca de um ano após o segmento chegar a 10 GW.
A GD solar, modalidade que permite produzir a própria eletricidade por meio de painéis fotovoltaicos, soma 1,86 milhão de instalações, que beneficiam 2,4 milhões de consumidores brasileiros. Somente em 2023, foram acrescentados 2,29 GW e o mercado ganhou quase 300 mil novas unidades de consumo.
Na terça-feira (18/04), a energia solar residencial atingiu 10 GW. Essa categoria é a principal responsável pelo crescimento recente do mercado, respondendo por 826 mil novos consumidores nos últimos doze meses. As demais classes de consumo são a comercial, rural e industrial, que totalizam 5,4 GW, 2,8 GW e 1,3 GW, respectivamente.
Ranking por regiões
Um mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a tecnologia solar fotovoltaica já está presente em 5.526 municípios e em todos os estados brasileiros. De acordo com a entidade, o mercado acumula cerca de R$ 96,7 bilhões em investimentos e arrecadação de R$ 28,9 bilhões desde 2012, além de ter gerado mais de 600 mil empregos.
Em termos de capacidade instalada, a GD solar está mais concentrada na região Sudeste, com 6,5 GW. Em seguida vem o Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com 5,2 GW, 3,9 GW, 2,9 GW e 1,2 GW, respectivamente.
O estado líder na GD solar é São Paulo, com 2,73 GW. Minas Gerais (2,65 GW), Rio Grande do Sul (2,12 GW), Paraná (1,9 GW) e Santa Catarina (1,2 GW) completam as cinco primeiras posições. Já o município com maior potência operacional é Florianópolis, com 716 MW. A cidade conta com quase o triplo da capacidade da segunda colocada, Brasília (DF), que soma 258 MW.
Solar na Amazônia
Nesta semana, lideranças da Absolar se reuniram com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que indicou que o uso da tecnologia fotovoltaica deve ser ampliado para o suprimento elétrico de áreas isoladas na região amazônica e para a população de baixa renda no País.
Segundo o presidente do conselho de administração da entidade, Ronaldo Koloszuk, a geração própria de energia solar terá importante protagonismo na transição energética proposta pelo Governo Federal, sobretudo para tornar a matriz elétrica brasileira ainda mais limpa, renovável e acessível a todas as camadas da população.
“A Absolar vê com entusiasmo o empenho e a preocupação do ministro Alexandre Silveira em garantir mais acesso à energia solar para a população de baixa renda e em substituir o uso de geração de eletricidade com combustíveis fósseis, mais caros e poluentes, na região Amazônica por sistemas solares com bateria, muito mais sustentáveis e competitivos”, comentou Koloszuk.
Para o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade e protagonismo internacional do Brasil, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros. “A fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País."
"Temos uma imensa oportunidade de uso da tecnologia em programas sociais, como casas populares do programa Minha Casa Minha Vida, na universalização do acesso à energia elétrica pelo programa Luz para Todos, bem como no seu uso em prédios públicos, ajudando a reduzir os gastos dos governos com energia elétrica para que tenham mais recursos para investir em saúde, educação, segurança pública e outras prioridades da sociedade brasileira”, concluiu Sauaia.